Essas linhas se passam em algum lugar da Europa, no coração da Idade Média, época onde as fogueiras da Inquisição crepitavam altas, assim como a religiosidade fervorosa de alguns.
Domenico era uma dessas pessoas iluminadas pela fé benigna. Por ser jovem e muito bonito, quando se decidiu pelo monastério desapontou todas as mulheres da região, pois era um homem com feições quase angelicais, que refletiam toda sua pureza, ao mesmo tempo em que deixavam transparecer nos olhos azuis uma sabedoria que poucos de sua idade tinham.
No dia de sua consagração, uma mulher diferente das demais estava também presente na abadia. Tinha uma tonalidade de pele que Domenico só tinha visto em quadros que retratavam o paraíso, e um olhar que não se desviava do seu nem por um instante. Nem mesmo durante a "Ave María":