"O amor é um sanguessuga, sugando você por inteiro.
The Beast - Concrete Blonde
O amor é um vampiro, bêbado pelo seu sangue.
O amor é a besta que vai arrancar seu coração."
#14
Oito minutos
O vampiro estava estático, parado no jardim. Impressionante como a grama verde tornava-se amarelada por onde ele caminhava. Estava com os olhos fixos na janela do andar superior. Era uma pequena mansão, bem longe da realidade dele nos tempos em que ainda respirava... Mas agora as regras eram outras. Quando lhe disseram que um vampiro podia tudo, Damon quis o melhor.
Não tinha mais seu nome de nascimento, adotou "Damon" para tentar se adaptar ao diferente estilo de vida. Soava melhor entre seus novos amigos, os vampiros.
O maior deles, um musculoso vestido em couro preto, lhe ditou algumas regras. Pareciam todas simples, e ele ainda se lembrava delas. Mas já tinha quebrado uma.
A mais importante, talvez. Uma mortal sabia que ele era um vampiro. Ela dormia agora naquela janela...
Saltou. Alcançou a janela, que sempre ficava aberta à noite. Ela sempre sabia que ele viria.
— Damon? Meu amor?
No escuro via apenas os olhos vermelhos, e suspirou:
— Que pergunta boba. É óbvio que é você! Venha, me pegue em seus braços e me faça sentir tudo aquilo de novo.
O vampiro continuou em silêncio, mas aproximou-se da cama. Usou um pequeno truque e o lençol voou lentamente, descobrindo o corpo dela. Joan.
— Hummmm, assim que eu gosto... Vem, meu vampiro. Me possua. Me entrego a você, mais uma vez.
Damon fez uma cara estranha, e resolveu falar.
— Querida... Sem jogos, sem luxúria, sem sexo hoje. Vim conversar.
Quando ele disse isso, Joan, que vestia apenas uma fina, transparente e provocante camisola vermelha, pulou da cama, envergonhada, como se de repente adquirisse todo o pudor de uma noviça de convento. Enrolou-se no lençol, quando ele sentou na cama.
— Qual o problema? Já sei... está entediado. Pulou minha janela todas as noites nos últimos dois meses, e sempre me encontrou aqui, disposta, pulsando literalmente por você. Alimenta-se toda a noite de minha carne, sexo e do meu sangue. Isso... cansou você?
Damon sorriu. Balançou a cabeça, negando as palavras dela.
— Preciso me afastar, Joan. Conhece meu segredo, sabe de minha condição... Devo me afastar por que você corre perigo ao meu lado. Uma noite posso invadir seu quarto e beber todo seu sangue, até te secar. Ou outros vampiros podem descobrir sobre nós, e eles com certeza a matariam. Entende?
Joan sentou-se ao lado dele na cama. Parecia uma criança enrolada ainda nos lençóis. Fez uma cara estranha, e não concordou:
— Não, não entendo. Não quero nem preciso entender!
Típico da garotinha mimada. Damon imaginava que seria essa a reação. Mas sinceramente não sabia o que fazer.
— Olha Damon... Quando você suga meu sangue, seja do meu pescoço, ou do meu seio... Eu nunca tremi tanto por sentir uma boca encostada em mim! Até mesmo quando você bebe do meu pulso! É um êxtase total, o nirvana! Só quero essa sensação. Todas as noites.
— Você me ama, Joan? Ou ama a sensação?
— E você Damon? Ama apenas meu sangue ou a mim também?
O vampiro riu daquele impasse. Por mais incrível que pudesse parecer, ele podia beber qualquer mulher que escolhesse. Mas escolhera sempre Joan. O que seria isso? Um amor distorcido?
— Venho todas as noites, não? - respondeu, seco.
— Sim, e se alimenta de mim, Damon. Seu vício é meu sangue. O meu vício é o prazer que você me causa. Precisamos um do outro. Entende agora?
— Eu nunca a transformarei numa vampira.
— E por que não?
— Tenho minhas crenças. Como vampira, você nunca mais veria a luz, sua alma se corromperia para sempre, nunca teria filhos, nem família...
Joan se calou, apesar de saber que ele precisava ouvir algo, qualquer coisa. Mas não disse nada. E Damon apenas teve certeza de suas crenças.
— Prometa ao menos que voltará todas as noites... Enquanto puder!
O vampiro sorriu sem jeito. Era um ser das trevas, mas se derretia ao ouvir a voz dela.
— Não posso prometer isso, Joan. Acho que você precisa viver!
— Eu quero viver assim! Porra, enfia na sua cabeça! Sou humana, sociável, bonita, vivo muito bem! Mas de noite não quero ninguém dentro de meu quarto, ninguém em minha cama... Ninguém a não ser você! Você e o prazer que vem contigo...
Damon ia retrucar, mas Joan continuou:
— Meus dias são meus. Apenas meus. Mas as noites... Minhas noites serão sempre suas. Luxúria, sexo, sangue, você sabe bem o que desperta em mim, e do que sou capaz pelo prazer! Como pode recusar uma proposta dessas???
O vampiro ia negar, mas não teve tempo. Sentiu algo na janela, mas quando olhou, já era tarde demais! Três vampiros pularam no quarto, e o golpearam. Joan, estranhamente, não conseguiu sequer gritar...
Horas depois, ela acordou. Só lembrava de olhos muito vermelhos fixados nela. Tão fixos que ela apagou. Agora, sentia os pulsos amarrados, e os pés imobilizados. O corpo todo doía. Na escuridão, não enxergava nada. Só sentia.
Estava em pé, mas amarrada. Não, não apenas amarrada...
"Estou crucificada? Amarrada a uma cruz?"
Percebeu que sim, e chorou, em silêncio. No escuro, não sabia quem estaria por perto para ouvir.
Damon acordou também. Era difícil abrir os olhos. Tinha sido surrado. A cicatrização já tinha começado, mas tudo ainda doía. E sua boca estava seca. Queria sangue. Precisava. Quando percebeu onde estava, acorrentado em uma sala, e temeu o pior.
Foi quando ELE entrou na sala. Sammael. Forte, um olhar de pura selvageria. Seu dono. Dono do Devil's Whorehouse, a última casa noturna que ele visitou em vida...
— Você me traiu, irmãozinho.
Damon ficou quieto. A vontade era de se ajoelhar e implorar piedade.
— Como pôde contar nossas coisas a uma humana? E pensar que pode sair ileso?
— Mestre, eu...
— Quieto, seu sanguessuga de merda. Enojante. Você, um vampiro, se rebaixando a uma mulher? Você escraviza, não é escravizado. Humanos nos temem, não nos querem como amantes... Eu escutei bem? Me disseram que ela queria você como o brinquedinho sexual dela?
Damon sabia que nem podia negar. E nem queria. Era a verdade.
— Tiro você da humanidade, te transformo em algo superior... E é isso que você faz? Você não merece nada! Pegamos Joan também, sabia? Meus servos quiseram provar o que ela dizia sobre "luxúria, sexo e sangue", mas nada grave. Apagaram sua mente quando começou a gritar demais, e pararam antes que a putinha enlouquecesse...
Silêncio.
— Você quer vê-la? - atiçou Sammael.
O olhar de Damon brilhou. Ele ia abrir a boca, quando Sammael interrompeu:
— Cuidado com sua resposta. Ela vai mudar a vida de Joan.
Damon baixou a cabeça, sem saber o que responder, enquanto Sammael gargalhava.
No anoitecer seguinte, Damon acordou agitado. As correntes ainda estavam lá, mas a sala tinha mudado. Estava amarrado à algo. E tinha aquele cheiro... "Joan?"
Abriu os olhos, mas não via nada. Colocaram uma venda nele. Só sentia o frio e umidade do lugar, mas nada disso o afetava. Devia estar no porão. Estava crucificado, pois sentia os enormes pregos de ferro que furavam seus pulsos e os pés, além das pesadas correntes que o prendiam. Ouvia uma leve respiração à sua frente.
Foi quando Joan acordou. Acostumou-se com o escuro, e reconheceu Damon preso à frente dela. Apenas alguns centímetros separavam os dois.
— Amor? Damon? Sou eu. Fale comigo!
O vampiro suspirou baixinho. Estava com fome, e sentia o pescoço dela bem perto. Perto demais!
— Preciso de sangue, Joan.
— Beba do meu. Estamos presos. Que lugar é esse?
— Aqui? Aqui é nosso inferno...
Dizendo isso, Damon abriu a boca e se jogou para frente. As correntes esticaram-se ao máximo, quase que cortando toda a carne dele. Era apenas o suficiente para alcançar o pescoço dela, que também se inclinou para frente. O sangue vazou, tingindo os dois, e Damon quase não bebeu nada. Lambeu a ferida dela, para estancar magicamente o sangramento, e se deu por satisfeito.
Minutos depois, uma porta abriu-se, mas o lugar permaneceu escuro. Parecia que a luz se recusava a entrar naquele quarto úmido.
— Ora, que tocante. Já se alimentou de sua amada, Damon? - perguntou Sammael.
— Não precisa fazer isso. Solte-me! Sabe que serei leal a você!
— Bem, as coisas não são tão simples assim. Precisamos de exemplos, sabe? Se eu te deixar simplesmente ir, perco toda minha autoridade. Você e a vagabunda aqui cruzaram a linha. O limite entre os humanos e vampiros.
Antes que Joan dissesse algo, escutou algo que a arrepiou:
— Foi muito grave. Vocês serão punidos de acordo. A moça aqui ficará eternamente presa na cruz, à centímetros de seus caninos... Ela será seu alimento. Aconselho não a transformar, pois aí ela perderá a capacidade de gerar sangue. Enquanto essa putinha for humana, você se alimenta dela. Simples, não?
Damon desabou de vez, e chorou.
— Ahhh, começa a entender. - sorriu Sammael.
— Solta a gente, seu monstro! - gritou Joan.
— Shhh querida! Um aviso: Você não sabe o que tem aí fora. Caso grite muito, irá chamar atenção indesejada. Eu não estarei por aqui, e nem todos meus guarda-costas são humanos. E eu já disse a eles o quanto você é vadia. Portanto, colabore!
Quando Sammael saiu sorrindo, batendo uma pesada porta de metal atrás dele, Damon tentou outra vez se libertar. As correntes eram muito fortes, e os pregos estavam bem fixos, perfurados em sua carne. E ele estava fraco demais...
— Como fugiremos daqui? - perguntou Joan.
— Não fugiremos. A cada noite, ficarei mais e mais fraco. Eu só posso beber de você, que também ficará mais fraca a cada dia. Só temos um ao outro.
Joan engasgou seco, e percebeu que era verdade. Chorou muito. Entrou em desespero:
— Você não pode se transformar em morcego, ou em névoa? Sempre vi isso nos filmes!
Damon ficou puto:
— Você assiste filmes demais! Nem todos vampiros são iguais aos de Hollywood, Joan!
— Me transforme! Assim não morrerei! Ficaremos juntos, de verdade!
Era o auge do desespero.
— Não! Nunca! E também não estou em condições de passar a maldição do sangue adiante. Fraco como estou, você apenas morreria!
— Vai passar a sua eternidade se alimentando de mim, seu filho da puta?
— Você não viverá muito. E será liberta com a morte. Eu não, posso ficar aqui até o fim dos dias. Não compreende? É disso que pretendo te salvar...
Antes que Damon continuasse o raciocínio, três servos de Sammael entraram no porão. Joan gritou com a aparência bestial de um deles. Seriam vampiros, ou simples lacaios?
O bestial parecia ser vampiro sim. Tinha olhos injetados de ódio. Pupilas amareladas, que brilhavam no escuro. O segundo era alto, bem-vestido, provavelmente humano. E o terceiro, um baixinho vestido em couro, falou primeiro:
— Sammael disse que tinha uma putinha acorrentada no porão, para nos satisfazer. O mestre é mesmo generoso, olha que gracinha!
Damon resolveu se calar. Ficou imóvel, em silêncio. Conhecia a fúria dos lacaios de Sammael. Joan, por sua vez, passado o susto inicial, resolveu jogar com eles. Quem sabe?
— Me desamarrem. As correntes estão muito fortes, e assim vocês podem aproveitar melhor a noite. Que tal?
Os três se entreolharam, e o baixinho se adiantou. Começou a soltar as correntes...
"O que ela está fazendo?" - pensou Damon.
Joan quando liberta, coça os pulsos, forçando a circulação de sangue. Repara de relance que um deles carrega um punhal. Era mais que suficiente. Ao menos não morreria humilhada.
O bestial agarra a mulher pela cintura, e a beija para provocar. Joan quase vomita quando sente o gosto e o cheiro que saem dele. Damon tinha explicado à ela uma vez que os órgãos internos apodrecem, por isso o mau-cheiro. Acaba se entregando ao beijo, convidando os outros dois a se aproximarem.
Os três se engajam numa sessão de esfrega-esfrega, enquanto Damon se cala. Não move nem um músculo. Mas odeia. Ah, sim, e como odeia! Escutando apenas, percebe o tecido leve da calcinha de Joan sendo retirado, e até mesmo a dedilhada do bestial nas carnes molhadas dela ele ouve.
— Mmmm, que dedinho safado!
Os gemidos aumentam. Damon escutando tudo, petrificado. Uma estátua de ódio.
Minutos depois e Joan está totalmente preenchida pelos lacaios. Ela cavalga vigorosamente em um deles, enquanto o bestial a penetra por trás, arranhando toda a bundinha arrebitada dela, deixando as marcas vermelhas de suas unhas pontiagudas. O homem baixinho esfrega displicentemente o membro na boca da mulher, que começa beijando, mas depois o engole todo.
O vampiro, acorrentado, está à beira da loucura. Nem pensa, seu raciocínio não é claro. Ódio. Apenas. Quer estraçalhar aquela piranha agora, por quem ele se apaixonou, foi usado e por quem foi preso e julgado. "Ah, sou paciente. Tenho a vida toda para te pegar, prostituta infernal!"
A sinfonia sexual aumenta. Joan apenas geme ocasionalmente. O barulho da lubrificação dela sendo penetrada pelo membro do lacaio, ritmadamente, fere mais ainda o orgulho de Damon. Foram oito minutos assim. Cada gemido, cada "me fodam" que Joan soltava, cada estocada que ouvia, Damon odiava e enlouquecia mais.
Os oito piores minutos de sua vida...
— Ohhh, é uma vaquinha bem gostosa mesmo... - geme o bestial, que se acaba, soltando um líquido viscoso na bundinha dela. Mesmo após o gozo, o monstro continua os movimentos.
Joan engole todo o membro do homem parado na sua frente, que também se contorce, soltando uma quantidade enorme de sêmen, esse sim bem humano, em sua boca vadia. Engole tudo, chupa e lambe como se gostasse muito da coisa.
Quando o terceiro e último homem goza, também inundando a intimidade dela com esperma, Joan começa a tecer seu plano. O punhal está ao alcance. "Pense rápido!"
Mais rápido que pudessem acompanhar, a mulher pega o punhal e rasga totalmente, de um lado ao outro, a barriga do homem baixinho à sua frente, o mesmo que quase a fez engasgar com sua porra. Ele caiu gemendo, enquanto suas entranhas saíam para o chão...
O que estava por baixo dela nem teve tempo de xingar. Ela atravessou a garganta dele com o mesmo punhal. Enfiou, de cima para baixo, com tanta força que o punhal encravou no chão, prendendo grotescamente o infeliz no assoalho.
O bestial teve tempo, e a jogou longe. Damon, tentava adivinhar o que acontecia, quando Sammael abriu a porta.
— PAREM! - gritou, comandando. Às suas costas, suas novas servas: Claire, Cassandra, Angélique e inúmeros lacaios curiosos. Nenhum humano.
Joan estava caída ao chão, e assim ficou, encolhida, pois sabia que era o fim da linha.
Olhando para o bestial, Sammael mandou prendê-lo. "Será punido por ser enganado por uma mísera humana." O bestial chorou quando ouviu a sentença, e ainda gritaria pela noite toda, sendo torturado por Cassandra.
— Quanto a você, tem tudo o que eu gosto. Sexualidade e selvageria. Será minha nova serva. - Sammael anunciou, apontando para ela. Claire e Angélique disfarçaram um olhar de ciúmes e raiva.
Joan não respondeu. Damon se fingia de morto, quando ouviu então:
— Aceito ser sua serva. Melhor que morrer aqui nesse porão. Me dê a dádiva do sangue, que Damon não soube me dar!
— Então, pegue este mesmo punhal e o mate. Corte sua garganta, e beba de seu sangue. Será seu batismo como nova vampira. Mas tire a venda desse covarde, para ele ver!
Joan sorriu, tirou a venda de Damon, que permaneceu de olhos fechados. Mesmo quando ela cortou o pescoço dele, o vampiro acorrentado permaneceu em inquietante silêncio.
— Ele já está morto, mestre? - perguntou Claire, atrás de Sammael.
"Apenas observe", foi a resposta.
Quando Joan encostou-se ao vampiro para beber seu sangue, foi surpreendida. Damon, movido mais pelo ódio que pela força, consegue quebrar a corrente e morder a mulher. Dá uma dentada tão forte que quase arranca a cabeça dela. O beijo de um vampiro é o mais puro êxtase, e Joan, como qualquer mortal, sempre ficava imóvel, inerte ao ser mordida enquanto experimentava a "melhor sensação da vida", mas agora, com a brutalidade do ato, ela não sentia nada além de dor. Percebeu que estava perdida, e começou repetidamente a enfiar o punhal no coração do vampiro.
Após vários golpes, Damon morre. Mas não sem antes mastigar grande parte do pescoço da mulher. Semi-morta, Joan cai ao chão, quando percebe o sorriso de Sammael. Antes de desmaiar pela última vez na sua vida, escuta a voz do mestre vampiro falando com suas servas:
— O que vocês aprenderam aqui hoje, minhas crias?
— Nenhum mortal pode saber de nosso segredo. - disse Cassandra.
— Um mortal não se torna vampiro apenas bebendo nosso sangue. A coitada não sabia disso. - observou Angélique.
Sammael sorriu:
— Isso é o óbvio. Mas não, a mais preciosa lição de hoje é que o sangue empalidece tudo. Hoje até uma mortal se rendeu aos poderes do sangue, e por isso ela morreu. Chegou a ponto de perder toda sua moral humana, tão preciosa, toda sua decência, e até se prostituiu por isso. Apenas pelo sangue.
— Pelo prazer e poder que oferecemos. Humanos nos desejam pelo que somos, representamos. E nós vamos onde o sangue está. - terminou Claire, enquanto os outros lacaios de Sammael preparavam os corpos dos outrora amantes para serem incinerados...
Comentários do autor
Em "Oito minutos" resolvi revisitar Sammael e suas servas. Ele foi publicado originalmente em 2002, e reescrito em 21.01.03, ao som de "Nothing", do Rosetta Stone.