A sala estava à meia-luz, quando o homem mais alto e de maior envergadura entre eles citou:
-Malus, etiamsi regnet, servus est, nec unius hominis, sed, quod est gravius, tot dominorum, quot vitiorum.
Depois da frase, um silêncio dramático encheu o ambiente, até ser cortado pelo som de um grande gole de vinho. O degustador, um ruivo de pele avermelhada não tão bem-vestido nem tão alto quanto o orador, perguntou:
— O que significa exatamente essa frase, Draghinaz? Apesar de não ter entendido uma palavra sequer, seu latim foi tão eloquente, tão impecável, que me senti num sermão dominical em alguma igreja católica da idade média! - seu tom de voz era divertido.